terça-feira, 9 de agosto de 2016

Animação Desanimada III - O Nascimento da Fúria

Animação Desanimada
Parte III - O Nascimento da Fúria

     Na terra dos Orcs, ameaçados por um inimigo desconhecido, vários deles tentam buscar ajuda no reino dos Humanos. Várias hordas de Orcs se amontoam em frente as grandes muralhas dos castelos dos homens... mas não é a quantidade que surpreendeu os arqueiros, mas o modo como estão dispostos.
     Sem armas ou armaduras, em mãos apenas um estandarte com um pano brano pregado na ponta, balançando contra o vento enquanto marchavam. Era isso, e apenas usso que os Orcs carregavam, além de alguns poucos deles que sacudiam trapos brancos.


     Depois do insight que Gramkh teve, os Orcs buscam conhecimento da magia, pois a ameaça que assombra a cidade-capital está apavorando os grandalhões. "Desejo um mundo melhor" era tudo que passava na cabeça do chefe orc e agora alguns deles não agiam com brutalidade, mas tentavam aprender.
     Depois que o portão da muralha foi aberto, Orcs invadiam a cidade em busca de livros, os Humanos estranhavam tal comportamento. Eles perguntavam desesperadamente:
— Cadê a magia que tá escrita nos livro? Eu quero aprender! 
     Mal sabiam eles que sua natureza grotesca não os permitia aprender tal conhecimento arcano. Eram pobres criaturas limitadas.
     Na biblioteca, descansava Ruby, A Maga Humana, enquanto organizava os livros, foi surpreendida por um Orc que entrava e vários guardas atrás dele...
— Cadê a magia que tá no livro? — perguntava o orc
— Hm? O que você quer? — Surpreendida pelo fato de ter um orc naquele ambiente
— Aprender magia que tá no livro...
— Que desrespeito! Você ao menos sabe ler?
— Eu quero isso — Dizia tentando ser o mais formal possível - Eu sei ler! Eu sei... eu...
     O Orc se dá conta de sua limitação...
— O que é isso? "Ler"...
— Quem te trouxe aqui? — Pergunta Ruby, tentando ser compreensível após um longo suspiro.
 Eu via os mago usarem o livro aberto e saia magia...
— ...
     Os guardas do lado de fora gritam: 
— Ei Orc! Saia desta biblioteca agora!
— Esperem! — Serenamente, com um sorriso no rosto a Maga pede...
     O Orc se encolhe, escondendo a cabeça por entre os ombros na tentativa de parecer menor. E com a cabeça abaixada ele diz baixinho:
— Eu não quero brigar... não quero espada na mão...
— Vocês não vêem a oportunidade que temos aqui? Um Orc querendo aprender, isso não é maravilhoso? Me deixem sozinha com ele — Falando baixo 
     O Orc sente-se especial pelo modo como foi tratado e abre um sorriso tímido, com vários dentes tortos. Os guardas por ordem hierárquica, respeitam o comando da Maga.
— Avise-nos se qualquer coisa sair do controle — Um deles fala enquanto saem de cena...
— Os guardas falam bonito um pouco — Observa o Orc — Mas não é mais bonito que você falando!
     Numa tentativa de elogiar e ganhar empatia outro sorriso se abre na grande boca órquica. Recebe de volta um sorriso delicado da humana, que pega um livro infantil e puxa uma cadeira.
— Ah ah ah! Vou usar magia na cadeira? 
— Vá com calma grandão, primeiro, qual o seu nome?
— Meu nome é Dagho, isso ajuda na magia?
— Se quiser aprender magias vai precisar ser alfabetizado, no mínimo.
— Vou falar meu nome pra cadeira até ela sentir a magia! MUAHAHAHA — Riu sadicamente pensando ter dado seu primeiro passo no conhecimento da magia.
— Tente... — Disse Ruby
— Tá bom! — Alegre e contente, ele tenta — Dagho, Dagho, Dagho, Dagho...
— Funcionou? 
     Confuso, Dagho levanta uma sombrancelha, pensativo...
— Como eu disse, você não é alfabetizado, se fosse, poderia mover essa cadeira com sua mente!
— Me ensina o alfabetizado e o ler! "Por favor" — Brilhavam os olhos órquicos, pois lembrou de ter ouvido "por favor" em algum casebre dentro do castelo e associara com permissão, entendendo este significado.
     Ruby mostra o livro infantil para Dagho, entregando em suas mãos, apontando imagens e palavras para que associe-as. O Orc olha o livro, vira páginas e observa as gravuras, até que uma frase em questão lhe causa inquietação...
— O que é isso? — Apontou ele para uma página em que o pai dizia "Te amo" ao filho
— "Te amo"... isso é magia?
— Isso é um sentimento
— Se eu disser "te amo" pra cadeira ela fica feliz como o menino do livro?
— Não... Essa frase não é algo que você possa simplesmente dizer.
— Eu sinto bem com "te amo", é bom isso? — confuso o Orc continua — Ah... "por favor" você disse que não posso dizer "te amo". 
     Dagho relaciona "por favor" com a ideia de permissão e "te amo" com algo bom que não pode ser dito. 
— Você tem que falar isso pra quem você gosta de verdade... 
— Ah... — esclarecido em um centésimo, Dagho julga ter ganhado grandes experiências com isso.
— Quando você puder ler perfeitamente, poderá finalmente usar magias!
— Isso! Isso!
     "CLANK", a porta da biblioteca abre violentamente assustando até mesmo o Orc acostumado com barulhos o tempo todo. O Rei Balthazar aparece impondo sua palavra:
— O que significa isso? — Furiosamente apontando para o Orc
— "Te amo", "te amo"... — Dizia Dagho baixinho enquanto escondia seu grande e robusto corpo atrás do esbelto e pequeno corpo de Ruby.
     Repetia "te amo" como forma de se acalmar e não ficar assustado.
— Bom dia vossa majestade — Fazendo reverência, Ruby tenta acalma-lo.
— Eu quero saber o motivo pelo qual está mostrando livros para uma aberração destas.
     Dagho abaixa a cabeça e sussurra baixinho no ouvido da Maga:
— "Te amo", "te amo"... não gosto de "aberração"...
— Ele se arrepende de não ser civilizado meu senhor, ele veio sem nenhuma arma e em paz, só quer aprender a ler e escrever — Ruby tenta esconder o interesse em magia dele
     Balthazar inquieto, aproxima-se do Orc.
— Levante a cabeça, Orc!
     Dagho obedece
— O que faz aqui? — Pergunta o rei.
— Eu quero ler e alfabetizado — Fala e abaixa a cabeça
     O rei confuso não entende o motivo... e ao mesmo tempo aponta para a Maga dizendo:
— Se algo sair do controle enquanto esta aberração estiver em nossos domínios, você será responsabilizada. Ele tem até amanhã ao nascer do sol para partir!
— Sim senhor.
     Dagho não conformado levanta a cabeça e diz baixinho:
— Não gosto de "aberração" — Olhando para Ruby ele continua — "Por favor", "te amo" sim, "aberração" não... isso não...
— Não se preocupe com ele Dagho... — Diz enquanto fecha a porta
     Logo após a saída do rei, Dagho se depara com novas imagens nos livros. Uma retratava a esperança que os homens depositavam nas crianças, pintado estavam todos os humanos alegres e o Rei Balthazar no centro, flores forravam o piso e havia muitas crianças e comida em abundância. Essa simples gravura ficaria gravada eternamente nos pensamentos de Dagho, assim como ficou aquela em que o pai dizia "te amo" ao filho. 
— "Esperança" é planta bonita (referindo-se a flor), comida e alegria na criança humana... — dizia esperança, te amo e por favor sempre da mesma maneira, pausando entre sílabas pois não estava habituado com estes vocábulos — Quero ser criança humana com "esperança"...
     Ruby olha pela janela e percebe que o sol mostra forte brilho lá fora, é meio dia. E o Rei...

*cantinho do GM*
E aí, qual será a maior dificuldade que Ruby terá com Dagho?

Professor Kozela

16 comentários:

  1. Agora fiquei com vontade de participar!
    :3 #Mutinho —

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    1. Continua hoje, às 13:00. Entre na campanha e não se esqueça de conferir as regras para montagem da ficha! (agradecimento especial ao RedPhoneix)

      https://professorkozela.blogspot.com.br/2016/08/como-preencher-ficha-e-jogar-em.html

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  2. A Criatura é um demônio mercurial, não um kobold, não um colosso, não uma Górgona!, Krogh, Kredulus!.

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