Animação Desanimada
Parte I - O Sacrifício
Alguns aventureiros acordam em uma sala, nada além de uma porta fechada, um pequeno baú no chão e uma janela que se assemelha com aquelas de torre de vigia, não há como abrir ou fechar.
Após perguntas sobre como foram parar ali, inicia-se a busca por uma saída. Porta trancada, baú trancado. Jean Jenmev aproxima-se da janela e percebe a dimensão do que há lá fora, eles estavam trancafiados na torre mais alta do castelo, confusa era a visão pois parecia um labirinto feudal com proporções gigantescas. Não conseguiam ver muros ou o que há além do terreno que o castelo está, apenas um emaranhado de casebres e torres.
Jenmev, O Mago, percebe que no beiral da janela está uma pequena chave. Ao pegar... ela grita:
Jenmev, O Mago, percebe que no beiral da janela está uma pequena chave. Ao pegar... ela grita:
— Solte-me! Sai daqui!
O espanto foi grupal, pensavam ter sido enfeitiçados com algum tipo de distorção sensorial ou embebedados com alucinógenos. Mas foi na tentativa de usar a chave na porta que as coisas continuam, pois a porta adiantou-se abrindo os olhos e uma grande boca:
— Esta chave pode ser usada apenas uma vez, pois após o primeiro uso, ela morre. Use-a com cuidado.
A chave entra em desespero, tentando fugir das mãos do mago aos gritos:
— NÃO!!! SAI DAQUI!!!
Neste momento travam um diálogo sobre onde usar a chave. Baú ou porta?
A porta foi então aberta, e volta ao seu estado original, inanimada. A chave para de gritar, voltando a ser uma chave normal. Logo após soltar a maçaneta um longo e estreito corredor se mostra a frente. O Mago levou consigo o baú enquanto pensava em maneiras de abri-lo já que a chave fora usada. Elizabeth, A Pirata, toma a frente do grupo, e andam em fila por todo o corredor até chegar em outra porta ainda maior. Com sua adaga em mãos a pirata notou que esta, desta vez não está trancada e abriu sem dificuldades.
Um salão redondo e enorme, no chão havia o símbolo da cruz da qual cada extremidade mostrava portas fechadas. Um elfo no chão, com muita dificuldade pede por ajuda:
— Mais perto, rápido... — com dificuldades ao falar pois o sangue jorrava em litros de sua boca — Você, Homem-Lagarto... presenteio a ti com meu arco élfico.
Apontou para Davi Sifrit, O Escudeiro. Criatura de aparência humana e coberto por escamas em sua pele que não entendeu o motivo por ser agraciado naquele momento. Foi nisso que o elfo apontou para a direção oposta do salão principal e disse:
— Aquela criatura drenou minhas forças... matem-o!
A Pirata avistou uma espécie de morcego que aparentava descansar, pois havia ingerido grande quantidade de sangue élfico e não conseguia fugir com destreza. Lançou rapidamente sua adaga contra a criatura alada, foi quando a lâmina abriu bocas e dentes afiados dizendo:
— Mais para a direita, querida... assim você vai errar.
Elizabeth seguiu o conselho de sua adaga sem exitar, acertando em cheio a asa da criatura alada que tentava em vão alçar voo.
— SANGUE!!! — a adaga enlouquecia pouco a pouco — VAMOS ELIZABETH, TIRE SANGUE DOS OUTROS AGORA!!!
A Pirata precisou conter os ânimos da arma que não mais era desanimada.
— Calma pequena... depois talvez... talvez depois...
— Calma pequena... depois talvez... talvez depois...
O elfo tenta em vão responder as perguntas dos outros...
— De qual porta vieste? — perguntava o Mago.
— De onde saiu esta criatura? — questionava o Escudeiro
— GM, posso abrir o baú? — aleatoriamente perguntava a Pirata...
Com dificuldades o elfo diz:
— Eu vim daquela port... — e não consegue apontar a direção pois perde forças...
E continua:
— Esta criatura saiu de dentro de u... — e afoga-se em seu próprio sangue...
Definhando, o elfo despede-se da vida assim como o sol despede-se no horizonte, lentamente. Decidem então abrir a porta ao norte, onde a cabeça da cruz desenhada no chão aponta uma possível explicação. O Escudeiro toma a frente, e encontra um longo e estreito corredor, exatamente como aquele que estavam anteriormente. A porta, lá no fundo começa a chorar:
— Não... por favor, não! — lamentava ela.
— Por que? — Perguntava Davi Sifrit, O Lagarto.
— Haverá derramamento de sangue! — Aos prantos a porta reprimia seu choro e desanimava-se, voltando ao seu estado original de porta.
Do outro lado da porta que chora, outros aventureiros perguntavam-se como sairiam de lá, mesma sala com porta e baú trancados, e uma janela no beiral, foi quando ouviram o falatório do outro lado. A porta foi aberta pelo lado do corredor pelo Homem-Lagarto que imediatamente posicionou seu enorme escudo a frente, defendendo os que estavam atrás:
— Quem são vocês? — Perguntou o Escudeiro.
— Albert Wesker, Alfaiate, prazer!
Sendo ignorado, O Alfaiate percebe que as tensões aumentam entre o Escudeiro e Rayzen, O Paladino, que com as Espadas Gêmeas empunhadas prepara-se para um ataque.
— Vou amassar você! — Dizia o escudo de Davi, que agora abriu sua boca e mostrava olhos reluzindo vermelhidão.
ZIN! Um ataque da lâmina das Gêmeas foi desferido contra o Lagarto, que defendeu com sucesso o impacto poderoso do Paladino. O problema agora era que o Escudo havia prendido uma das espadas de Rayzen em sua boca entre os afiados dentes. Instantes depois a inanimação toma conta do ambiente e agora uma das Gêmeas está presa magicamente na madeira do escudo, sem chance alguma de ser retirada por nenhum dos aventureiros.
Jenmev, O Mago irrita-se com o ocorrido e volta pelo corredor, buscando abrir a 3° porta do salão principal, ao Oeste, aquela que o elfo estava mais próximo.
Jenmev, O Mago irrita-se com o ocorrido e volta pelo corredor, buscando abrir a 3° porta do salão principal, ao Oeste, aquela que o elfo estava mais próximo.
Entre a cordialidade de Wesker, O Alfaiate e a agressividade de Rayzen, O Paladino, estava a neutralidade do terceiro aventureiro que seguiu O Mago até a porta Oeste. Blads, O Ladino.
Jenmev tomou a frente do terceiro corredor, acompanhado por Blads e Elizabeth logo atrás.
— Quem dentre todos vocês é o mais digno? — Perguntava outra porta falante.
Instantes de inquietação e discordância entre o grupo foram seguidos da inanimação daquela que há pouco estava interrogando. Ao entrarem na sala ao Oeste, nada além de um pequeno baú trancado e uma janela, uma chave no beiral dela.
Saem todos de lá e encontram-se novamente com todo o grupo no salão principal.
O Paladino estava sem calças... pois o Alfaiate havia usado suas agulhas mágicas para rapidamente descosturar toda sua roupa, na tentativa de barrar possíveis confrontos entre Davi e Rayzen.
O Paladino estava sem calças... pois o Alfaiate havia usado suas agulhas mágicas para rapidamente descosturar toda sua roupa, na tentativa de barrar possíveis confrontos entre Davi e Rayzen.
O cajado do mago lançou uma cortina de luz sob a porta Leste, a última porta ainda não aberta do
salão principal...
O cajado pronuncia-se:
— Rápido! Não percebem o que está prestes a acontecer?
Os corredores que levam as salas começam a deslocar-se... as paredes dos estreitos corredores se encontram lentamente. Fechando o acesso as salas...
O grupo decide correr até a última sala e pegar o baú, pois percebem que deixaram os outros dois da sala norte e oeste intactos. Ao chegar correndo na última sala a porta diz:
— Quem... Quem dentre todos vocês é o mais digno?
A pergunta foi ignorada em meio ao desespero, perceberam que a sala tinha apenas o baú e janela familiares como todas as outras salas. E saíram correndo, Elizabeth tenta abrir o baú com uma das chaves, e ao abrir... o espanto! A pequena caixa de madeira sai voando em disparada e posiciona-se no círculo avermelhado à direita da cruz que adorna o salão principal.
Sem opção o grupo agora está preso. Vozes ecoam por todo o salão... Choro, pranto, terror...
O outro baú, que Jenmev havia deixado no chão ao pé da cruz, agora abre-se sozinho e posiciona-se à esquerda da cruz, em cima do círculo avermelhado.
Os baús, abertos emanam uma luz vermelha-negra apavorante. Elizabeth atira sua adaga contra a luz, a lâmina é consumida de imediato, fazendo com que a Pirata perca seu item.
Dois grandes e imponentes espectros tomam corpo, pronunciando em uníssono uma fúnebre e taciturna voz:
— Quem dentre todos vocês é o mais digno?
Sem hesitar, Rayzen dá um passo a frente e diz:
— Eu, como Paladino devo julgar-me digno.
— Não há modo de sair deste local sem um sacrifício. Quem dentre todos vocês é o mais digno?
— Eu, Rayzen, O Paladino Exilado! — Com voz firme confirma sua escolha.
Os espectros agora pressionam fortemente o desenho da cruz no chão e fazem com que torne-se materializada no ambiente.
"Haverá derramamento de sangue"
Levantam a cruz no centro da sala e tomam os punhos de Rayzen levitando seu corpo robusto rapidamente...
"Não há modo de sair..."
"Não há modo de sair..."
Um dos espectros materializa grandes pregos de ferro em sua mão,,,
"...sem um sacrifício"
O outro, materializa um grande martelo de ferro...
— Poderás pronunciar suas últimas palavras para que os outros saibam de sua importância — Diziam em uníssono as fantasmagóricas figuras...
— Desejo um mundo melhor, e morrer como vivi... de espada na mão.
Aos prantos e com a dor dos pregos adentrando seu punho, o Paladino perde forças vitais enquanto seu sangue desce de seu corpo.
...
No momento em que a vida deixa Rayzen, os espectros desaparecem e retornam para os baús de onde saíram. Todos comovidos com a situação são pegos de surpresa, pois a cruz onde o corpo foi pregado abre olhos e boca e diz:
— Só há uma maneira de encontrarem com ele de novo...
FIM DA PARTE I - O SACRIFÍCIO
Professor Kozela